O princípio…
Entre os anos de 2007 e 2009, as Universidades Estaduais do Paraná experimentaram um período de valorização e de forte incentivo político e financeiro à Extensão Universitária.
O Programa Universidade Sem Fronteiras, ao aportar recursos públicos de forma inédita em projetos de extensão, mobilizou um enorme contingente de professores e alunos a se engajarem num processo de articulação com a sociedade, identificando demandas sociais, econômicas, ambientais e culturais e fomentando ações que objetivassem a superação dos entraves ao desenvolvimento sustentável.
No caso da UENP, sendo este também o período de sua formação como universidade, taiss incentivos levaram a extensão a ocupar um espaço privilegiado em sua histórica correlação de forças com a pesquisa e o ensino, cujo reflexo foi o significativo número de professores orientadores, a crescente procura dos alunos por estágios e um inédito investimento em infraestrutura, como veículos, equipamentos de informática, laboratórios, materiais de consumo, etc.
Ao final deste período, a experiência acumulada na coordenação de inúmeros projetos de pesquisa e de extensão, bem como o papel de articulador em um processo de concertação entre atores sociais que demandavam soluções para os mais diversos problemas no Norte Pioneiro e professors da UENP no papel de ofertantes de tecnologias sociais nas mais diversas áreas do conhecimento, nos levou a perceber a necessidade da criação de uma estrutura no interior da Universidade que servisse de referência a esses atores e aos professores, prospectando e sistematizando demandas e dando suporte financeiro e logístico a novos projetos.
À época, essa percepção veio ao encontro de uma iniciativa da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) que pretendia fomentar a criação de Centros Mesorregionais de Difusão de Ciência e Tecnologia, distribuídos por todo estado com o desafio de atenderem temáticas relevantes, de acordo com a realidade de cada região.
Diante disso, começa a ser gestada a ideia de um núcleo de extensão e de pesquisa alicerçado na fecunda relação entre o sonho e a realidade. O sonho da existência de um espaço próprio para a Agroecologia, fortalecendo-a em sua luta histórica contra os ideais da Revolução Verde e suas consequências. A realidade da implementação no Norte Pioneiro de uma política pública do Governo Federal, que mobilizou a agricultura familiar, os movimentos sociais e órgãos públicos de assistência técnica e extensão rural (ATER) na criação do Território da Cidadania “Integração Norte Pioneiro”.
Nesse contexto, assumimos o desafio de que este núcleo na UENP teria na AGROECOLOGIA e no DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL as temáticas prioritárias a serem trabalhadas na região. Como resultado dessa reflexão, é finalmente criado o NEAT – Núcleo de Estudos de Agroecologia e Territórios, que em 2012 passa a ser um Programa de Extensão da UENP, conforme Resolução No 29/2011 do CEPE.